segunda-feira, 1 de junho de 2009

Comunicado dos Funcionários da USP




Nós, funcionários da Universidade de São Paulo, reunidos em Assembleia em frente à Reitoria (1/6), invadida pela Tropa de Choque, deliberamos pela elaboração desse documento de esclarecimento à comunidade uspiana e à sociedade, exercendo nosso direito de resposta conferido pela Constituição Federal (art. 5, inc. V da Constituição Federal).

Inicialmente, esclarecemos que os prédios da Reitoria, Antiga Reitoria, Coordenadoria do Campus, Coordenadoria de Assistência Social, Centro de Práticas Esportivas, Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arqueologia e Etnologia e Creche Oeste, tinham, em seus acessos faixas com os dizeres “Estamos em Greve”, afixadas por funcionários dessas unidades, conforme deliberação de reuniões. Em algumas unidades havia também Comissões de Orientação e Esclarecimentos, compostas por funcionários dessa universidade. Em momento algum, nessa greve, ocorreu qualquer ação isolada de “grupo de servidores”, sendo todas as decisões legitimadas em reuniões de unidades e assembleias gerais da categoria.

Até a presente data, houve apenas uma reunião entre o Cruesp e Fórum das Seis, sendo que a proposta do Cruesp foi rejeitada por todas as categorias, que compõem o Fórum, por não atender minimamente às reivindicações do conjunto dos funcionários, professores e estudantes da USP, Unesp, Unicamp e Centro Paula Souza. A segunda rodada de negociação, marcada para 25/05, foi frustrada pela intransigência da Presidente do Cruesp, Reitora Suely Vilela, ao impedir mais uma vez a entrada do dirigente sindical Claudionor Brandão e das entidades nacionais Andes (Sindicato Nacional dos Docentes) e Fasubra (Federação dos Sindicatos das Universidades Brasileiras) e limitar a participação da representação estudantil a apenas um membro, quando, na realidade, teriam direito a dois representantes por entidade estudantil, numa ação de deslegitimar as organizações sindicais e estudantis, legalmente constituídas.

A iniciativa de reuniões com a reitoria para discussão de temas referentes às reivindicações específicas de funcionários sempre partiu do Sintusp. Em relação ao processo de implementação do benefício Auxílio Educação Especial, essa iniciativa também partiu dos funcionários, não se tratando de mera concessão da universidade de excelência.

Quanto à afirmação da reitoria de que “não pode se omitir diante de ações violentas” entendemos que violência é a invasão da Tropa de Choque ao espaço público universitário, portando armas de grosso calibre, escudos, cassetetes e bombas de efeito moral, estando todos os policiais sem a devida identificação.

Diante desse quadro, a reitoria demonstra a sua irresponsabilidade na ausência de diálogo com os diversos segmentos da universidade, que se colocam na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.

A assembleia dos funcionários da USP aprovou a continuidade da greve e a realização de um Ato Unificado (funcionários, estudantes e professores), amanhã (2/6), em frente à reitoria, às 11 horas reivindicando:

• Retirada da Força Policial do campus universitário;
• Reabertura imediata de negociação entre Fórum das Seis e o Cruesp;
• Defesa da Liberdade de Organização Sindical;
• Pela reintegração de Brandão e retirada dos processos;
• Pelo atendimento da reivindicação salarial e demais pontos da Pauta;
• Fora reitora Suely Vilela e Eleição direta para reitor.



Assembleia Geral dos Funcionários da USP, em 1º de junho de 2009

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