quarta-feira, 24 de junho de 2009

Importante Atividade sobre Terceirizados com Brandão e Juiz Souto Maior








Com um plenário lotado, o Comando de Greve dos Trabalhadores da USP realizou um importante ato hoje, 24/6, contra a terceirização e precarização do trabalho, que iremos reproduzir nessa nota apenas uma pequena parte.

Diana Assunção do Grupo de Mulheres Pão e Rosas coordenou a atividade que teve na mesa o Juiz do Trabalho e professor de Direito Jorge Luiz Souto Maior e o diretor do Sintusp Claudionor Brandão, demitido inconstitucionalmente pela reitoria da USP sob a alegação de estar descumprindo suas atribuições sindicais a favor de “interesses alheios ao dos trabalhadores da universidade” por defender trabalhadores terceirizados em 2006.

O Professor Souto Maior começou sua exposição falando contra o “senso comum” de que hoje a terceirização é um processo do qual os trabalhadores devem se “adaptar” ou ainda “aceitar”, e que nada pode ser feito contra isso. Exemplificou como em todos os locais de trabalho inclusive nos próprios tribunais e fóruns, até mesmo os trabalhistas, a terceirização é tratada como um “fenômeno natural”. Lembrou de casos que são corriqueiros entre os terceirizados, alijados de todos os direitos trabalhistas, impossibilitados de se organizarem sindicalmente sob constante ameaça de punições, assédio moral e demissão, e das péssimas condições de trabalho a que são submetidos tendo que fazer suas refeições e horas de descanso dentro de banheiros e nos corredores dos locais em que trabalham

Ao longo de sua fala lembrou as diversas conquistas trabalhistas e democráticas da classe trabalhadora. Segundo ele, “foi a atuação dos trabalhadores enquanto classe que forneceu à sociedade moderna o valor do que é realmente a democracia”. Souto Maior foi além, ao dizer que essas conquistas passaram a ser atacadas mais fortemente após a queda do muro de Berlim em 1989, e que a terceirização é um dos mecanismos que a classe dominante se utiliza como tentativa de impedir a resistência dos trabalhadores. Por fim, o professor colocou que a terceirização tem o caráter perverso de desumanizar os indivíduos e transformar esses trabalhadores em “coisas” que, por não terem as mesmas condições de acesso a educação e a formação profissional, ocupam os piores trabalhos e são completamente desqualificados por chefias e até mesmo por outros trabalhadores efetivos

No mesmo sentido, Brandão interveio dizendo que na reestruturação produtiva dos anos 90, que se caracteriza por uma diminuição da margem de lucro dos capitalistas e maior competitividade entre os grandes monopólios, se faz necessário colocar no mercado produtos de maior qualidade com o menor preço, tendo que se utilizar de toda a capacidade tecnológica e, em conseqüência, o barateamento do custo da produção se dá através da superexploração dos trabalhadores em todos os níveis, inclusive na universidade que tem perdido gradativamente postos de trabalho nas áreas de manutenção limpeza e vigilância. Brandão denunciou como na USP a verba destinada a segurança, em especial as empresas terceirizadas que lucram absurdos com a verba pública, é cinco vezes superior àquela reservada para ensino e pesquisa.

Da plenária, funcionários e estudantes intervieram colocando outras muitas denúncias que reforçam a consigna levada pela campanha do Grupo Pão e Rosas de que a terceirização escraviza, humilha e divide. Em breve lançaremos um vídeo desse debate com as principais questões levantadas nessa importante atividade.

12 comentários:

  1. A tercerização escravisa, humilha, etc e o funcinalismo publico é bengala de vagabundos. Ja trabalhei em empresas terceirizadas e não me senti humilhado por isso. Concordo que ganhamos menos que os funcionarios publicos mesmo porque trabalhamos, enquanto parte destes assistem de camarote.
    Voceis do sindicato estão atirando para todos os lados para tentar aliciar apoio para essa jornada vergonhosa e estritamente politica que criaram, deverim se envergonhar de utilizar os funcionários mais humildes para essa palhaçada.
    Alem do mais essa greve é ficticia, a maioria dos institutos estão funcionando e bem. Assim, tambem podemos concluir que os funcionarios que estão de greve em instituto que não esta em greve não são necessarios para USP.
    Para terminar pude verificar que a greve funciona de "segunda" a quinta porque sexta não aparece ninguem. Sera que estes funcionarios que não aparece na sexta para atividades de greve aparecem para trabalhar na sexta?

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  2. Oh DES É uma pena que você tem a cabecinha, ou melhor o cérebro muito pequeno, tendo acordo com a terceirização e se regozijar por ter sido terceirizada ou terceirizado ou melhor ganhou algum cargo?É chefe das horas extras?Por que nos chama de vagabundos, voce só está ainda nos serviço público por que existimos e fazemos greve mesmo e toda greve é política seu ou sua burra, ah não os burros não merecem é uma pena que ainda existam pessoas como nós que lutamos é por isso voce está aí, é pena que vai se beneficiar dos frutos da nossa luta. Sangue suga, puxa saco devolve todos os benefícios já que não precisa.Te manca abóbora,saco de batat emprestável.

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  3. é o fim mesmo..."Ja trabalhei em empresas terceirizadas e não me senti humilhado por isso". o cara sente orgulho de ser explorado...Que mané...

    Meu caro, voce é um xucro! Abraço!

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  4. Um Argumentum ad hominem (latim, argumento contra a pessoa) é uma falácia, ou erro de raciocínio, identificada quando alguém responde a algum argumento com uma crítica a quem fez o argumento, e não ao argumento em si.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Argumentum_ad_hominem

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  5. Explorado? Humilhado? Burro? Mané? Etc...? Não sei não. Seviu muito para eu chegar onde cheguei. A propósito Vanessa, se voce se encaixou nos vagabundos, me perdoe, continue em greve porque sera o máximo que voce chegara.
    E, xirú não me envergonho de ter trabalhado não, agora quanto a voce? Lembre-se com orgulho; quando der aquela escapuladinha durante o expediente para ir ao banco, ao HU pegar aqueles atestadinhos, das abonadas para viajar um pouquinho, entre outras que nos sabemos bem e fechamos os olhos; que os manés e xucros dos brasileiros pagam seu salário.

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  6. Tenho muito orgulho de pertencer a um grupo de trabalhadores que não se aliena; ao contrário e busca entender e contestar as formas de trabalho impostas pelos governos quando estas ferem a dignidade humana e o direito a livre expressão.
    Atividades como essa plenária contribuem para educação politica, abrindo espaço para reflexão e transformações sociais.

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  7. xucrão, eu sou estudante, trabalho em uma empresa privada...num pego atestadinho no HU, seu mané!

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  8. pessoal, é brincadeira alguém achar q está certo todo ano fazer greve apenas para tirar férias duas vezes, as reinvidicações do sintusp são absurdas, têm muito mais privilégios q a grande maioria de trabalhadores sem especialização nenhuma, como eles e vivem se aproveitando da estabilidade do serviço público pra não fazer nada.
    É um absurdo q ninguém faça nada contra este pessoal q só quer fazer baderna e se aproveitar da situação, e ainda por cima sõa extremamente hipócritas, pois vão na porta da reitoria pedir a saída da reitora, q ñ foi demitida por justa causa, e qdo vão na porta do sintusp dizer fora Brandão querem bater nos alunos, isso ñ seria também repressão?
    Outra coisa queriam invadir a reitoria e q ninguém impedisse, queriam impedir as pessoas de trabalhar e q os outros ficassem sem ação e qdo vão invadir, se é q iam mesmo, os funcionários falam a toda hora q vão bater nos alunos, e ñ admitem de modo algum a invasão, aí só resta uma dúvida, pq o sintusp ñ pode ser invadido e a reitoria pode, será pq o sintusp sabe oq é bom pra todos, então eles podem tomar a atitude q quiser pra fazer o bem comum, se for isto, acho q é uma conclusão perigosa, e se ñ for isso gostaria q alguém me esclarecesse.
    Já estou me demorando muito, mas prometo ser o último tópico, como vcs têm coragem de falar em alienados, tendo como representantes, pra ñ dizer um semi-deus, um cara q tem a cara de pau de ir a um debate, interessante também q no debate só ele fala, é a democracia q o sintusp prega, né, falar q a questão entre árabes e palestinos é de cunho social ñ tem nada haver com questões étnicas, o pior é q todo mundo aplaude e acha bonito ele falando, esse pessoal q fica falando q os ouotros são alienados, são controlados pela mídia deviam ter se expressado contrariamente à opinião do semi-deus, ñ sei como me refiro a um semi-deus desculpem, e não aplaudi-lo como foi feito no debate, ou vocês acham mesmo q o semi-deus Brandão tá certo?
    É talvez o Brandão seja o maior analista político do mundo, e eu seja mesmo um alienado, mas se alguém discorda do meu comentário podem respondê-lo q com certeza pensarei se ñ estou mesmo equivocado, mas por favor ñ me venham com vc é um alienado, fascista, de extrema direita, q no meu mundo, talvez seja só no meu mundo, isso ñ é argumento.

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  9. O Sintusp é o órgão que representa os funcionários e seus interesses trabalhistas dentro da Universidade. Os diretores são eleitos por meio de votação e qualquer grupo de funcionários pode se organizar e criar uma chapa para assumir a pauta de reivindicações dos servidores; e se opondo a atual direção.
    Infelizmente a população não é educada para se mobilizar e reivindicar seus direitos, nem lutar por melhores condições de trabalho. Isso colabora para que não se sinta parte integrante dos processos democráticos.
    A greve não é,nunca foi, e acredito que nunca será convocada com intuíto de fugir do trabalho ou para tirarmos férias duas vezes ao ano, como foi dito.
    Lutamos para que a atual estrutura universitária seja mudada. A paralisação do trabalho é uma maneira de denunciarmos e propor alternativas para um funcionamento que preserve de fato o pricipio da Universidade: "ser o berço da saber", propiciando o ensino, desenvolvimento de pesquisas; construir conhecimento e difundi-lo na sociedade.
    Quanto ao Brandão: ninguém acredita ou coloca-o no patamar de semi-deus. Ele é um lider sindical que sofreu -e continua sofrendo- punição por defender nossos direitos . Além do mais a demissão dele é uma maniera de inibir qualquer tipo de mobilização reivindicatória - assegurada como direito na constituição- por parte dos trabalhadores.
    As pessoas da comunidade USP que se opõe ao movimento grevista devem procurar seus fóruns legítimos para expressar suas opiniões. As assembleias tanto de funcionários, qto de estudantes, tem por objetivo estabelecer o dialogo democratico, discutir propostas e organizar ações afim de atingirem um bem comum.
    Os grupos estudantis que não se sentem representados e/ou contemplados nas decisões podem e devem criar fóruns pra discutir e legitimar suas opiniões. E, não invadir nosso espaço como aconteceu em uma de nossas assembléias.

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  10. Aline concordo com vc qdo diz q o sintusp representa os funcionários e seue interesses na Universidade, mas como vc bem disse dos funcionários, ñ da Universidade, q vem sendo depredada por esses bandidos q comandam o sintusp e q ainda ñ querem sofrer nenhuma punição, acham q a sociedade é obrigada a pagar seus salários e ainda vê-los destruir o patrimônio público, e piior ainda todo ano tirar vários meses de férias.
    Não entendi pq vc diz q a população ñ é educada por ñ se mobilizar e lutar por seus direitos e melhores condições de trabalho, qual direito o sintusp está (ou estava) defendendo com essa greve, vejo apenas o direito de impedir os trabalhadores q estão satisfeitos com um mês de férias de trabalhar, ou o direito de um cidadão depredar o patrimônio público tomar atitudes absurdas e nem com o devido processo administrativo ser demitido.
    Fico cada vez mais espantado com a disfarçatez de alguns q defendem a posição do brandão, se fosse tivesse uma empresa, vc aceitaria as atitudes do brandão na sua empresa e continuaria com ele contratado, ñ estou falando de organizar greve, mas de impedir o trabalho de outros funcionários depredar o patrimônio da empresa e tentar invadir locais da empresa colocando em risco a integridade dos outros funcionários, talvez ele esteja certo de fazer isso pela causa operária né?
    Se a greve ñ é convocada para q se tire 2 férias por ano, qual omotivo de todo ano termos uma nova greve, e totalmente sem motivo, se achar q existe motivo q justifique a greve do sintusp, q como vc msm disse defende os interesses dos funcionários, pq até hj ñ consegui entender.
    Vcs, me desculpe a franqueza, ñ têm q lutar para q nada na Universidade seja modificado, já q são meros funcionários contratados para suas funções oq ñ incluem pensar a universidade, assim só de ficar calados em discussões q envolvam os rumos da Universidade já estão ajudando mto, pois os interesses dos funcionários são diametralmente opostos aos interesses da Universidade.
    Exatamente para q a Universidade continue sendo o Berço do saber o sintusp deveria se calar qdo o assunto ñ for de sua alçada, para q a USP ñ seja ridicularizada como no vídeo do brandão falando sobre a palstina, ou vc acha q aí q está a essência do saber?
    É brincadeira vir com essa q o brandão foi demitido por perseguição política, novamente pergunto se vc tivese uma empresa, oq dúvido mto q aconteça umdia, mas faça um esforço de imaginar, e tivesse um funcionário como o brandão se seguiria com ele contratado, e se for pra fazer mobilização como tem sido feita pelo sintusp deve ser inibida pois os direitos do sintusp ñ são maiores q o de todo o resto da comunidade unversitária para agirem acima do bem e do mal, claramente está havendo abusos reiterados por parte do comando do sintusp.
    Qto a invadir espaço, só é legitimo a invasão de espaço es vcs q invadirem, ou q seja o desrespeito ao espaço alheio, pois como vc denomina o ato de impedir pessoas de trabalhar acho q isso é também uma grande invasão, e em nenhum momento a reitora tratou vcs qdo ficam na porta da reitoria com suas manifestações como vcs trataram os estudantes q foram na porta do sintusp, para reivindicar o fim da greve, falando a todo momento q iam bater nos estudantes "até ficarem sem calças", como disse o brandão, tentando agredir os estudantes com um banquinho com fez a nely, fora uma outra pessoa q teve q ser contida para ñ agredir um outro aluno. Sema esquecer também da atitude hostil para com um aluno q manifestava sua vontade de ver o brandão fora da USP, ñ deu pra entender como uma organização q quer ser respeitada em suas manifestações ñ respeita as pessoas q vão se manifestar com posições contrárias as suas.
    Só queria q vc, Aline me mostrasse onde estou errado no meu pensamento, se tiver interesse, e o mais difícil, argumentos, para tal.

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  11. vamos elevar os espíritos e contar uma piada.

    Sabem o porquê da greve ter acabado e não haver circular? Os motoristas precisam de tempo para aprenderem a dirigir de novo!!

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  12. Não tenho intenção alguma de mostrar que vc está errado. Não perderia meu tempo com isso.
    Escrevo para colocar meu ponto de vista nesta situação.
    O dialogo, em sua essencia, não tem por objetivo convencer a outra pessoa de que suas idéias estão equivocadas. Visa proporcionar a escuta de opiniões e debate de idéias, construídas ao longo da vida e de experiencias politicas ou não dos participantes. Sendo assim...
    A Universidade é um instiuição pública, pode e deve ser fiscalizada por todas as esferas da sociedade. Nós funcionários participantes da greve, buscamos debater sim, sobre a democracia universitária, melhores condições de trabalho, exigimos transparencia nos processos de licitação e contratação dos serviços prestados à universidade,além de melhorias nas nossas condições de trabalho; bem como denunciaremos e buscaremos defender os servidores vitimas de abuso de poder, exercidos por diretores de departamento/unidade e da reitoria.
    Posso estar equivocada, mas pelo que vc escreve Julio, sua visão de sociedade e construção coletiva são opostas às minhas [ e às da luta dos funcionarios da universidade]. Tem como principio, apenas seus interesses individuais.
    Acredito e trabalho para que uma outra visão de sociedade seja construída. Alicerçada em valores como respeito ao próximo, dignidade humana, direito ao trabalho, acesso à educação, saúde, lazer, cultura,entre outros.
    As politicas de administração para o bem publico não possibilitam a maior parte da população o acesso a seus direitos e muito menos oferecem qualidade no serviço que disponibilizam. Vai dizer que vc não tem convenio médico? Duvido q não! Os serviços de sáude não cumprem bem sua função no atendimento médico. Por isso quem tem convenio paga duas vezes para obter um serviço de saúde decente. Já que todos nós pagamos impostos e parte da arrecadação vai para os serviços de saúde.
    E dentro da USP, a situação não é diferente. Vc bem sabe que as fundações atuam "financiando", por meio das verbas públicas parte das pesquisas acadêmicas. Pesquisas estas que em sua maioria visam obtenção de lucro para as proprias empresas e fundações, sem qualquer beneficio para população de modo geral, como parte do retorno deste financiamento feito por todos os contribuintes.
    Infelizmente as mobilizações socias são criminalizadas, principalmente as de carater politico. Suas palavras são prova disto.
    Contudo não vejo engajamento semelhante para denunciar e agir contra politicos corruptos, que administram o dinheiro publico de nossas contribuições, como se fosse particular; como caso do Sarney, p/ citar um. Julio, não sei se vc acompanha as noticias sobre o congresso, mas vc deve saber do que eu to falando, né?! Então... Cada um de nós possui suas indignaçoes e indagações: as minhas são relacionadas ao carater universal, às suas estão relacionadas a si próprio e ao carater individual da questão.
    Fico indignada com a violencia politica dos governantes eleitos que não prestam assistencia à população, nem conta dos gastos publicos, com tranparencia que deveria ser.
    Nossas greves não defendem os interesses da Univerdade? Tem certeza?
    Em 2007, foi por meio das manifestações que ocorreram durante a greve e ocupação da reitoria que impediram o governo do estado de aprovar a LDO que diminuía o repasse de verbas para Universidade e interferia na autonomia universitária.
    Analisar a atuação do movimento sindical sob a perspectiva que voce apresenta não leva em conta a defesa histórica que o sindicato dos trabalhadores fez ao longo dos anos em defesa de uma univerdidade pública, de qualidade e que permita ampliação no acesso e permanência dos alunos nos cursos oferecidos.
    Julio,como disse no inicio, escrevo para expor meus argumentos, não para convence-lo que está certo ou errado.

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